terça-feira, 17 de abril de 2012

Desistir

Numa altura em que está na moda falar de estudantes que deixam de o ser por motivos monetários, eu adopto uma posição radical. Faço-o porque considero que o posso fazer!
Irrita-me profundamente a dramatização que os media fazem! A situação é má... Mas será assim TÃO má?
Segundo a comunicação social e o senso comum, os jovens abandonam o ensino superior por não conseguirem suportar as propinas. Eu acho que só não estuda quem não quer!
Para além da bolsa social MÍNIMA cobrir a totalidade das propinas anuais do ensino superior publico, grande parte dos jovens têm tendência para ignorar uma coisa chamada TRABALHO, não ignorando outras denominadas por FESTAS, TABACO e ÁLCOOL.
Não se trata de juízos de valor. Opino pela realidade a que assisto todos os dias.
Repito, na minha opinião só deixa de estudar quem quer: quem não luta, quem não trabalha, quem desperdiça dinheiro.
Eu frequento uma faculdade privada, tenho dois empregos para além de fazer alguns trabalhos na área de fotografia, recebo a bolsa social mínima, já tive de anular metade das cadeiras, já tive de trabalhar a full-time, estudar ao mesmo tempo e continuar com o outro trabalho pontualmente, não tenho fins-de-semana, não saio à noite, não vou ao cinema nem tomo o pequeno almoço no café. E se pensam que tenho más notas, enganam-se! Se custa? Custa bastante.... às vezes demasiado! Neste momento tenho a convicção que se não conseguir bolsa de mérito, irei pedir transferência para uma faculdade pública. Quero com isto dizer, por experiência própria, que há muitas alternativas antes de abandonar os estudos.
Não quero com isto armar-me em lutadora fora-de-série. Aquilo que eu faço, muita gente faz e toda a gente consegue fazer... Desde que esteja disposta a isso! E quem faz este esforço, calculo que pense como eu! Abdicamos de quase tudo para estudarmos e assistimos ao enaltecimento dos que "Ai coitadinho de mim que não tenho dinheiro para pagar as propinas... Mas a festa de sábado foi o máximo!"; não que em todos os casos de abandono escolar seja assim, mas assim o é em muitos casos. Para mim, estes não abandonam a faculdade por não terem possibilidades de suportar os custos dela, mas sim por não terem capacidade de abdicar de outras coisas pela faculdade!
É verdade que as propinas são altas, que os estudantes têm poucos apoios e que as bolsas de estudo são baixas, mas também é verdade que com esforço quase tudo se consegue! É preciso lutar, não querer abandonar, poupar, trabalhar e sobretudo ter como prioridade ESTUDAR!
Não me venham com falsos moralismos, não esperem que as coisas caiam do céu, lutem por elas! Escrevo por experiência própria: porque se eu consigo, sozinha, frequentar a melhor instituição privada de Psicologia, toda a gente consegue frequentar uma universidade. É preciso é que as pessoas se esforcem!

Eu tenho muito ORGULHO no quanto me esforço, do que consigo, de não me sentar à sombra da bananeira, de conseguir abdicar de muita coisa e, sobretudo, de não desistir de estudar por ter preguiça de lutar!

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Planos...

Cada vez menos gosto de planos... Se antigamente planear tudo ao mais ínfimo pormenor me dava segurança, agora só faz com que cresça uma desconfiança gigante, um medo perturbador em mim...
Posso dizer que havia um pressentimento que alguma coisa não iria correr bem... Ora, mas eu nem sei se acredito em pressentimentos! Eu sei que sentia medo... E esse medo estava a incomodar-me: medo de que o planeado não acontecesse... medo do inesperado!
O que é certo, é que a viagem que tanto planeei, que tanto amei, para a qual tanto me esforcei e idealizei não aconteceu: como normalmente acontece com coisas que quero muito, muito, demasiado!
Saímos de casa com malas, geleiras, roupa, maquinas, carregadores, mapas, roteiros, ... voltámos a casa algumas horas depois com tudo isso.
Pode parecer que não é nada... que foi apenas uma viagem que não se realizou... Mas não era só uma viagem... era algo planeado há muito tempo, que requereu muito esforço, no qual eu me apoiava para descarregar as coisas menos boas que se têm passado: era como se fosse o ponto de mudança. Queria lá deixar as coisas más e só voltar com coisas boas: queria abrir a mente, perder os medos, recuperar paz... E doí tanto não ter ido que nem consegui desfazer a mala...