Partilhar demasiado?
D-E-M-A-S-I-A-D-O?!
Não!
Partilhar e ponto final.
Para todos?
Para mim mesma e para quem quiser partilhar o seu tempo com as minhas partilhas!
Há algum tempo - se calhar demasiado - que vivo agarrada a uma vida que não é minha, a um lugar que não é meu.
Sonhei muitas vezes na materialização desse meu desejo: o ser baptizada pelo rio, o dividir casa com desconhecidos que se tornariam a minha família, o cozinhar para nós, o frigorífico dividido, as festas em casa, o fazer da cidade a minha cidade, a emoção das serenatas, o passear as latas, o cantar: "Coimbra é nossa, e há de ser / Coimbra é nossa até morrer!", o dizer: "Segredos desta cidade, levo-os comigo para a vida!" ... E tantas outras coisas que eu desejei, que eu sonhei, que eu vivi sem as viver!
Não o materializei porque... nem eu sei o porquê! Não sei se não quis, se quis demasiado, se não tive coragem,...
Não fui... Não estou... E continuava a sonhar...
"Pertenci sempre ao que não está onde estou e ao que nunca pude ser." (Bernardo Soares) Foi a frase que me caracterizou durante esse tal demasiado tempo e que poderia ainda caracterizar... se eu deixasse!
Não vale a pena viver com saudades do que não vivemos. O importante é viver bem! Para que complicar?!
Estou aqui e estou bem. Não preciso da cidade prometida nem dos sonhos que não concretizei!
Até há bem poucos dias tinha a convicção que queria comprar o meu traje em Coimbra. Agora penso: mas para quê?
O que é que significa mais - comprar algo tão especial numa cidade que não me diz nada para além de um sonho, ou vesti-lo pela primeira vez na companhia das pessoas que me acolheram (e tão bem!) na "casa" que partilhamos todos os dias?!
Por tudo isto...
Madrinhas, Nunes e Joaninha... vamos comprar o meu traje? :)