quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

P e r c e b i

Hoje passei a tarde, cega com o barulho, no Terreiro do Paço.
Só no final do dia, quando caminhava sozinha é que percebi o quão diferente estou.
Recomecei o que já não fazia à muito: criar perspectivas,  registar cliques imaginários, fazer medições por intuição e desejar por tudo ter a minha máquina e o meu tripé - novo, que ainda nem baptizado com uma fotografia decente foi... - comigo!
Parei uns segundos para apreciar as luzes de Natal, a humidade de Dezembro e as pessoas descontraídas a passear pela baixa num final de tarde de quinta-feira: há muito tempo que não parava uns segundos para apreciar as coisas bonitas.
Percebi que ando a abdicar de uma das coisas que mais gosto de fazer - se não é mesmo a coisa que mais me apaixona!

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Há algo que te irrita... Há algo que me irrita... De mansinho, sem causar muito alarido e causando muito desconforto - Não te conseguir escrever!

Eu escrevo de tudo - muitas vezes de nada. Escrevo principalmente sobre o que me incomoda, o que ocupa o meu pensamento, o que não me deixa tranquila, o que me cansa,... o que me irrita! E percebi que só assim consigo falar de ti.

Tu não me irritas - só quando me fases cocegas ou quando chegas atrasado - mas irrita-me profundamente não conseguir escrever-te!

(Irrita-me!)

E sabes porque é que não te consigo escrever?

(Irrita-me!)

Porque o que tenho contigo é real!

Já foi apaixonado, louco, intenso - e nessa altura eu conseguia escrever-te!

Já foi descoberta, surpresas e fácil - e nessa altura eu ainda conseguia escrever-te!

Agora é um bocadinho de tudo isso, e muito de tudo mais!

Não te consigo escrever porque tu és real!

Não te consigo escrever porque não tenho nenhum desejo obsessivo de que sejas assim ou assado, que faças isso ou aquilo - e quando tenho, digo-te.

Porque tu és real!

Porque tu não deixas o meu pensamento à deriva, porque não me deixas ser criativa quanto ao que desejo para nós - desejo o que temos, sem tirar, nem por. Porque tem de ser assim, porque tu me fazes bem e se me fazes bem, é contigo que é o meu lugar!

Porque tu és real!

(Já não me irrita!)

(Já não te consigo escrever!)

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Uma questão de umbigos...

O meu, o teu, o dele, o dela, o do outro, o dos outros,...

Flutuam como bolhas - bolhas umbilicais. Vão chocando uns com os outros na expectativa de alcançar a maior afirmação!

- "O meu é maior que o teu!"
- "O meu é pior que o teu!"

E adam por ai, a invadir Lisboa como umbigos solitários e cheios de tudo: de amor, de problemas, de ego, de preocupações, de discursos moralistas, de falta de moral... Enfim, não lhes falta nada!
É vê-los atravessar o Terreiro do Paço, de manhã cedinho, na sua bolha cheia de vazio. Às vezes, com outra bolha ao lado, mas não suficientemente perto para se unirem.
É vê-los subir o Chiado cheios de pompa.
É vê-los no comboio e no metro. No metro então... É a bolha mais rápida a sentar-se ou simplesmente a conseguir uns centímetros de espacinho para se segurar - a campeã! E ouvir o barulho das bolhas comprimidas, de cara feia e phones nos ouvidos. De vez em quando - muito de vez em quando - lá se vê uma bolha umbilical ceder o seu lugar a uma bolha umbilical idosa. Não é preocupação nem cuidado, é a pontinha de bons princípios que entrou pelo furo da bolha - é urgente remendá-lo!

O mais engraçado é o discurso dos umbigos: se não te queixas é porque está tudo perfeito - a perfeição existe nos umbigos dos outros! - se te queixas, és um umbigo lamentador, deprimido e que renega a felicidade umbilical.


- "O meu é maior que o teu!"
- "O meu é pior que o teu!"

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Ela

Ela tem a maneira mais esquisita, natural, pura e apaixonada de viver a vida que eu conheço.
Ela é aluada e empenhada, além de dedicada...
Deve ter alguns defeitos, mas eu não os conheço - ainda bem!
Envia-me mensagens de bons dias, todos os dias - não se esquece em nenhum!
Está sempre, sempre, mesmo sempre disponível para todos, os "todos" é que não estão disponíveis para ela - como eu!
Ela não se esquece de mostrar o quanto gosta de alguém.
O que um comum mortal encararia de forma agressiva ou ciumenta, ela encara como mais uma experiência positiva que a faz crescer.
Ela realmente aproveita cada minuto "em que lhe é possível respirar" - como ela diz. Todos deveríamos ser assim, não é? Aproveitar cada minuto de vida da melhor maneira, não nos chatearmos por tudo e por nada e lutarmos para sermos felizes.
Ela tem uma filosofia de vida que eu venero, cada vez mais!
Conheci-a porque ela me pegou ao colo quando eu caí, e nunca me vou esquecer disso.
Ela é única - de verdade!
Ela é a minha madrinha académica, mas acima disso, ela é uma grande amiga!

sábado, 10 de novembro de 2012

Sinceramente


Eu adorava voltar a escrever, muito e bem.

Eu adorava não encher este blog de textos pirosos e melodramáticos.

Eu adorava escrever algo diferente disso.

Eu adorava ser mimada, irritante, presunçosa e inconsequente.

Adorava ser irresponsável – mas isso não é de agora – na verdade eu sempre quis ser irresponsável, porque a minha responsabilidade irrita(va)-me per fundamente! No infantário achava que percebia sempre mais de tudo do que as outras crianças – e será que percebia? Tinha a mania que pensava como os adultos: fazia os pensamentos contrafactuais mais detalhados possíveis e construía mil e uma histórias em cima de uma hipótese.
Gostava de ficar a observar os adultos e investigar por conta própria, sentia que percebia sempre tudo, além do que me diziam, além do que deveria saber– mas não gostava, assustava-me.

Eu adorava ser irresponsável.

Eu adorava viver ao sabor do vento, obrigar os outros a preocuparem-se por mim e não ter a mania de resolver tudo sozinha. Adorava não ser orgulhosa, viver às custas de alguém e não me preocupar com as contas no final do mês.

Eu adorava voltar a fotografar… muito, fotografar muito e bem.

Eu adorava dar a atenção que os meus amigos merecem - acho que agora já são só amigas, poucas.

Eu adorava que os meus amigos – aqueles que dizem que eu mudei, substitui e não me preocupei – continuassem presentes. Talvez um dia, quando tiverem de ser adultos, percebam que não era falta de interesse e que a falta de tempo não era falta de disponibilidade (são coisas diferentes).

Eu adorava não chorar quando penso neles.

Eu adorava voltar a passar os fins-de-semana entediada por não ter de fazer nada, quando me irritava com a TV por não passar filmes do meu agrado.

Eu adorava ser irresponsável.

Eu adorava estudar – só estudar.

Eu adorava não ter pena de mim – mas tenho. As pessoas têm muito pudor em dizerem que têm pena – não percebo porquê! Lamento que assim seja, daí ter pena. E ter pena não é fazer-me de coitadinha. Não sou coitadinha: muito pelo contrário. E é por não ser coitadinha que tenho pena de mim.

Eu adorava ser irresponsável.

Eu adorava fugir de Lisboa – porque no fundo ainda tenho esperança que outra cidade me proporcione uma rotina diferente.

Eu adorava voltar a ser criança e sonhar com Coimbra cor-de-rosa e fácil. Onde um apartamento e as propinas apareciam pagas por uma varinha mágica e o frigorífico estava sempre cheio.

Eu adorava não pensar tanto.

Eu adorava ser irresponsável…

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

ESTRANHA FORMA DE VIDA

"ESTUDANTE, ESTRANHA FORMA DE VIDA 

Única em Portugal durante vários séculos, a Universidade de Coimbra é a instituição em que logo pensamos quando o tema é praxe, semana académica ou mesmo queima das fitas. São de lá os choupais, as tricanas e os fados que fazem chorar tanta água como a que carrega o Mondego. Os culpados? Os estudantes, esses sedutores (...)"

Por Bruna Pereira

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

N E C E S S I D A D E S

É necessário conseguir compreender que palavras bonitas e demasiados sorrisos não são sinónimo de que as pessoas sejam correctas para nós.
É necessário perceber que um "Está tudo bem?" sincero e preocupado vale bem mais que palavras amorosas.
É necessário que eu perceba porque é que quanto mais acho que me torno uma pessoa melhor, mais indivíduos que eu considerava importantes se afastam com acusações de coisas das quais eu não me sinto culpada. 

Há alturas assim: em que uma erva daninha consegue destruir todo um quintal que eu me esforço por manter florido e constante todos os dias. 
Há alturas em que me deixo ferir demasiado... E as poucas cordas que me prendem verdadeiramente aqui têm de fazer um esforço brutal, mesmo sem saberem. 
É necessário mais frieza para lidar com as pessoas, tratar das feridas e proteger a pele para que não se volte a magoar.

É necessário dizer às minhas cordas: S, R e R, que o meu maior medo neste momento é de vos formar feridas, ou que me as formem a mim... Sinto que são o suporte de mais do que imaginam.
É necessário dizer à B, que ainda que não saiba de todas as razões de eu estar apenas presa por três cordas, tenta sempre que tudo à sua volta esteja bem... e as suas palavras para comigo têm sempre um peso muito forte!

Sónia, Ro, Ricardo e Bá... Obrigada! 

É necessário que percebam o quanto importam para mim, mesmo que, por vezes, não o demonstre da melhor maneira. 

Neste momento, vocês são o que me mantém estável!

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Sonhos... II


"Os sonhos não determinam o lugar em que você vai estar, mas produzem a força necessária para tirá-lo do lugar em que está."
Augusto Cury
"Os sonhos tem um preço. Há sonhos caros e baratos, mas todos os sonhos têm um preço."
Paulo Coelho

"Nunca deixe que lhe digam que não vale a pena
acreditar nos sonhos que se têem
ou que os seus planos nunca vão dar certo
ou que você nunca vais ser alguém..."
Renato Russo

"...Desistir dos sonhos é abrir mão da felicidade porque quem não persegue seus objetivos esta condenado a fracassar 100% das vezes..."
Augusto Cury

"Se podemos sonhar, também podemos tornar nossos sonhos realidade."
Walt Disney

"Matar o sonho é matarmo-nos. É mutilar a nossa alma. O sonho é o que temos de realmente nosso, de impenetravelmente e inexpugnávelmente nosso."
Fernando Pessoa

Hoje percebi que os sonhos não desaparecem, apenas adormecem... E voltam a acordar!
Servem para nos orientar e dar um sentido melhor ao que imaginamos como futuro. Têm uma lógica e uma razão. Podem mudar tudo, ou não mudar nada.
E sobretudo, se não realizados, oferecem uma sensação de haver algo muito importante pendente.
Ele só adormeceu... Continuo a desejá-lo como sempre! 

domingo, 24 de junho de 2012

F O T O G R A F I A

Ontem foi a prova final do curso de fotografia da Light Factory em parceria com o Winner's club!

Foi em Monserrate, em Sintra: simplesmente LINDO aquele local. Já o conhecia, mas ontem vi-o de maneira diferente! Aconselho toda a gente a visitá-lo e desfrutar daquele espaço com toda a calma e tranquilidade que ele merece.

Deixo-vos aqui algumas fotografias, fruto da prova de ontem, para vos abrir o "apetite":














quarta-feira, 6 de junho de 2012

"Escrever é esquecer"

Escrever é esquecer. A literatura é a maneira mais agradável de ignorar a vida. A música embala, as artes visuais animam, as artes vivas (como a dança e o representar) entretêm. A primeira, porém, afasta-se da vida por fazer dela um sono; as segundas, contudo, não se afastam da vida - umas porque usam de fórmulas e, por tanto, vitais, outras porque vivem da mesma vida humana. 
Não é o caso da literatura. Essa simula a vida. Um romance é uma história do que nunca foi e um drama é um romance dado sem narrativa. Um poema é a expressão de ideias ou de sentimentos em linguagem que ninguém emprega, pois ninguém fala em verso. 

Meu ENORME Fernando Pessoa!

Incrível... Como passando eu pelo Chiado inúmeras vezes, sendo Alfacinha e viver em Lisboa todos os dias, nunca me tenha sentado n'A Brasileira, a ler um poema do génio e a beber um sumo de laranja natural!
Realmente... passamos pelos sítios sem lhes dar valor, do mesmo modo que deixamos passar as pessoas por nós sem as valorizarmos.

terça-feira, 22 de maio de 2012

P.E.R.T.E.N.C.E.R.

O pertencer é, provavelmente, a noção mais subjectiva neste momento.
Pertencer ao quê? A quem?
Pertencer é o acto temporário de nos sentirmos minimamente bem num determinado lugar com alguém.
O pertencer é caótico e instável.
Pertencemos ao que nos deixamos pertencer e não ao que gostávamos pertencer.
Pertencemos tão instantaneamente quanto deixamos de pertencer.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

T U

Tu...
Hoje percebi que, poucas vezes bem e muitas vezes mal, fizeste de mim uma mulher!
Contigo aprendi a reagir sobre pressão, aprendi a não barafustar com a desilusão, a não desatar a gritar e a chorar quando alguém falha a tão preciosa confiança que lhe deposito!
Hoje percebi no quanto estou diferente, e no quanto calmamente consigo raciocinar comigo própria sem os exageros característicos de uma fúria que tantas vezes me atacava!
Deves ter gasto todos os meus poros... porque deles já não sai a minha raiva ou frustração.
E sabes que mais? É muito mais fácil falar comigo mesma do que discutir com alguém que não me ouve.
E ainda bem que não foi assim contigo, se não não teria percebido que nem sempre barafustar é o melhor remédio: de tantas vezes que gritei sem me ouvires, que te falei sem me responderes, de tantas vezes que chorei sem limpares as minhas lágrimas percebi que as energias gastas inutilmente, devem ser trocadas por longas conversas comigo própria.
Não é só a minha inspiração que alimentas... foste importante por tudo o que me ensinas-te! A mal, mas ensinas-te!

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Sonhos...

Sou primeiranista!
Já posso envergar o traje que tanto orgulho, pelo qual chorei, gritei, desesperei, lutei e consegui. 

Não foi como imaginava, no local que imaginava nem com as pessoas que imaginava: foi diferente, foi melhor, foi meu! 
As pessoas que tenho conhecido ao longo destes meses em conjunto com as peripécias que têm vindo a acontecer têm feito de mim uma pessoa melhor. Fizeram apaixonar-me por Lisboa, pela Casa onde estudo e por essas mesmas pessoas que se têm tornado tão importantes. 


Só eu sei o quanto isto é importante para mim...! Obrigada a quem o torna possível! <3


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terça-feira, 17 de abril de 2012

Desistir

Numa altura em que está na moda falar de estudantes que deixam de o ser por motivos monetários, eu adopto uma posição radical. Faço-o porque considero que o posso fazer!
Irrita-me profundamente a dramatização que os media fazem! A situação é má... Mas será assim TÃO má?
Segundo a comunicação social e o senso comum, os jovens abandonam o ensino superior por não conseguirem suportar as propinas. Eu acho que só não estuda quem não quer!
Para além da bolsa social MÍNIMA cobrir a totalidade das propinas anuais do ensino superior publico, grande parte dos jovens têm tendência para ignorar uma coisa chamada TRABALHO, não ignorando outras denominadas por FESTAS, TABACO e ÁLCOOL.
Não se trata de juízos de valor. Opino pela realidade a que assisto todos os dias.
Repito, na minha opinião só deixa de estudar quem quer: quem não luta, quem não trabalha, quem desperdiça dinheiro.
Eu frequento uma faculdade privada, tenho dois empregos para além de fazer alguns trabalhos na área de fotografia, recebo a bolsa social mínima, já tive de anular metade das cadeiras, já tive de trabalhar a full-time, estudar ao mesmo tempo e continuar com o outro trabalho pontualmente, não tenho fins-de-semana, não saio à noite, não vou ao cinema nem tomo o pequeno almoço no café. E se pensam que tenho más notas, enganam-se! Se custa? Custa bastante.... às vezes demasiado! Neste momento tenho a convicção que se não conseguir bolsa de mérito, irei pedir transferência para uma faculdade pública. Quero com isto dizer, por experiência própria, que há muitas alternativas antes de abandonar os estudos.
Não quero com isto armar-me em lutadora fora-de-série. Aquilo que eu faço, muita gente faz e toda a gente consegue fazer... Desde que esteja disposta a isso! E quem faz este esforço, calculo que pense como eu! Abdicamos de quase tudo para estudarmos e assistimos ao enaltecimento dos que "Ai coitadinho de mim que não tenho dinheiro para pagar as propinas... Mas a festa de sábado foi o máximo!"; não que em todos os casos de abandono escolar seja assim, mas assim o é em muitos casos. Para mim, estes não abandonam a faculdade por não terem possibilidades de suportar os custos dela, mas sim por não terem capacidade de abdicar de outras coisas pela faculdade!
É verdade que as propinas são altas, que os estudantes têm poucos apoios e que as bolsas de estudo são baixas, mas também é verdade que com esforço quase tudo se consegue! É preciso lutar, não querer abandonar, poupar, trabalhar e sobretudo ter como prioridade ESTUDAR!
Não me venham com falsos moralismos, não esperem que as coisas caiam do céu, lutem por elas! Escrevo por experiência própria: porque se eu consigo, sozinha, frequentar a melhor instituição privada de Psicologia, toda a gente consegue frequentar uma universidade. É preciso é que as pessoas se esforcem!

Eu tenho muito ORGULHO no quanto me esforço, do que consigo, de não me sentar à sombra da bananeira, de conseguir abdicar de muita coisa e, sobretudo, de não desistir de estudar por ter preguiça de lutar!

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Planos...

Cada vez menos gosto de planos... Se antigamente planear tudo ao mais ínfimo pormenor me dava segurança, agora só faz com que cresça uma desconfiança gigante, um medo perturbador em mim...
Posso dizer que havia um pressentimento que alguma coisa não iria correr bem... Ora, mas eu nem sei se acredito em pressentimentos! Eu sei que sentia medo... E esse medo estava a incomodar-me: medo de que o planeado não acontecesse... medo do inesperado!
O que é certo, é que a viagem que tanto planeei, que tanto amei, para a qual tanto me esforcei e idealizei não aconteceu: como normalmente acontece com coisas que quero muito, muito, demasiado!
Saímos de casa com malas, geleiras, roupa, maquinas, carregadores, mapas, roteiros, ... voltámos a casa algumas horas depois com tudo isso.
Pode parecer que não é nada... que foi apenas uma viagem que não se realizou... Mas não era só uma viagem... era algo planeado há muito tempo, que requereu muito esforço, no qual eu me apoiava para descarregar as coisas menos boas que se têm passado: era como se fosse o ponto de mudança. Queria lá deixar as coisas más e só voltar com coisas boas: queria abrir a mente, perder os medos, recuperar paz... E doí tanto não ter ido que nem consegui desfazer a mala...

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Partilha(r)


Partilhar demasiado?

D-E-M-A-S-I-A-D-O?!

Não!

Partilhar e ponto final.

Para todos?

Para mim mesma e para quem quiser partilhar o seu tempo com as minhas partilhas!

Há algum tempo - se calhar demasiado - que vivo agarrada a uma vida que não é minha, a um lugar que não é meu.

Sonhei muitas vezes na materialização desse meu desejo: o ser baptizada pelo rio, o dividir casa com desconhecidos que se tornariam a minha família, o cozinhar para nós, o frigorífico dividido, as festas em casa, o fazer da cidade a minha cidade, a emoção das serenatas, o passear as latas, o cantar: "Coimbra é nossa, e há de ser / Coimbra é nossa até morrer!", o dizer: "Segredos desta cidade, levo-os comigo para a vida!" ... E tantas outras coisas que eu desejei, que eu sonhei, que eu vivi sem as viver!

Não o materializei porque... nem eu sei o porquê! Não sei se não quis, se quis demasiado, se não tive coragem,...

Não fui... Não estou... E continuava a sonhar...

"Pertenci sempre ao que não está onde estou e ao que nunca pude ser." (Bernardo Soares) Foi a frase que me caracterizou durante esse tal demasiado tempo e que poderia ainda caracterizar... se eu deixasse!

Não vale a pena viver com saudades do que não vivemos. O importante é viver bem! Para que complicar?!
Estou aqui e estou bem. Não preciso da cidade prometida nem dos sonhos que não concretizei!

Até há bem poucos dias tinha a convicção que queria comprar o meu traje em Coimbra. Agora penso: mas para quê?
O que é que significa mais - comprar algo tão especial numa cidade que não me diz nada para além de um sonho, ou vesti-lo pela primeira vez na companhia das pessoas que me acolheram (e tão bem!) na "casa" que partilhamos todos os dias?!

Por tudo isto...

Madrinhas, Nunes e Joaninha... vamos comprar o meu traje? :)

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Mudanças

Quando as coisas não estão perfeitas só há um único remédio: mudar o que está ao nosso alcance!
E para quem diz que a perfeição não existe, eu digo que a perfeição é aquilo que queremos que algo seja: se algo está como nós queremos, então está perfeito!
Logo, se não está perfeito, algo farei para mudar!

Às vezes para mudar muitas coisas, ou uma coisa muito grande, temos de começar por coisinhas pequeninas: mudei a minha dedicação ao que gosto - ando muito mais amiga da fotografia e da escrita - e mudei uma parte exterior - algo que queria fazer à muito, muito tempo, mas não tinha coragem! Hoje tive: Olá franjinha :)

E com isto percebi que temos de arriscar, ainda que em pequenas coisas, para que um dia tenhamos confiança suficiente para arriscar em grandes coisas!

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Divulgar

E hoje quero divulgar duas coisinhas:

A primeira - a mais importante - agradecer aos papás, às irmãs gémeas (Shoaia e Téé) e, principalmente, ao Ricardo e à Soninha por toda a paciência e apoio! Eu gosto muito, muito de vocês!

Passada a fase lamechas... Criei uma nova ferramenta para divulgar o meu trabalho como pseudo fotografa com muito amor. Muito amor mesmo! http://www.behance.net/BeatrizSotomayor

E com tanto amor, é só pieguices... às vezes é preciso, e hoje estou assim!


quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Litera... quê?

Ontem, andava eu nas arrumações da minha papelada e encontrei um teste do secundário, cuja composição acho que deve ser partilhada... nem que seja em forma de crónica social!

Já dizia Fernando Pessoa que "A literatura é a maneira mais agradável de ignorar a vida": agradável, estimulante, completa, tranquila,... A literatura remete-nos para um outro mundo: faz-nos viver de forma paralela, permite-nos, por longos momentos, afastarmo-nos da nossa vida problemática ou monótona e concentrarmo-nos noutras histórias - que não a nossa própria história. É uma fonte inesgotável de vantagens culturais, intelectuais e psicológicas que o comum dos mortais tende a ignorar.
A falta de cultura, a falta de tempo, a falta de interesse, a falta de vista: tudo serve de justificação para que a livraria, que não tem obras de imprensa, seja a loja menos visitada do centro comercial.
Chega a ser vergonhosa a falta de bases literárias dos portugueses - nem o jornal é lido! Quando se chega a um ponto em que as crianças que gostam de ler são gozadas e tratadas como sobredotadas e quando a moda incentiva a assumir publicamente o "Não gosto de ler!", torna-se urgente estudar estes estranhos seres que habitam a Terra.
Qual será o problema? Falta de variedade literária? Não creio. Desde Pessoa a Camões, passando por Rebelo Pinto, Tamaro e Rodrigues dos Santos, referindo ainda todos os Smith(s) e restantes "estrangeirados" presentes nas livrarias portuguesas, chegando ao ponto de referir os livrinhos que nos ensinam a cuidar do cão, do gato (e da formiga), conseguimos concluir que o problema não está na falta de variedade, mas sim na falta de conhecimento da variedade.
O comodismo leva a não procurarmos, o não procurarmos faz com que não conheçamos, o não conhecermos faz com que ignoremos a literatura.



terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Aventura Doce


Começou hoje a minha viagem ao mundo da cozinha! Se já tenho idade para conduzir, também já tenho idade para aprender a cozinhar (só agora)!
Não me podem acusar de falta de dedicação!

1ª experiência: Bolo de Laranja com Canela!

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Memória Selectiva


"A memória é selectiva e vai alterando a realidade conforme o tempo, o que nos leva a esquecer algumas lições adquiridas no passado e a repetir, ainda que não queiramos, os mesmos erros." Margarida Rebelo Pinto

Tão verdade! O tempo cura quase tudo... dissolve os desgostos, desvanece as mágoas, inutiliza a raiva e enaltece uma grande (e útil) qualidade: a teimosia! É ela que nos salva, muitas vezes, de cometermos um erro pela vigésima primeira vez - pois todas as outras vezes já o cometemos.
Tu serias uma das pessoas que não merecia um único ponto nas linhas deste caderno, supostamente, dado que o tempo fez com que a minha memória fosse apagando algumas amolgadelas que deixas-te em mim. Talvez seja este suavizar da tristeza que tinha, um sinal de indiferença perante ti, não sei... A verdade é que tu sempre cuidas-te muito bem da minha inspiração. Tenho consciência que as melhores coisas que escrevi foi sobre ou para ti, embora não as queira reler, apetece-me (d)escrever(-te). Há algo em ti que alimenta as minhas paixões (a fotografia e a escrita)... e eu gosto de lhes dar vida! Muito provavelmente é a intensidade das coisas que me fizes-te sentir: não por serem boas, pelo contrário, mas por me tornarem mais sensível.
Tu estives-te tão ligado ao adjectivo triste, que é quando estou triste que penso em ti... ainda que sem tristeza.
"... quando as coisas más forem maiores que as coisas boas." - mesmo quando a diferença entre elas era abrupta, garanto-te, o tempo fez empatá-las! A memória selectiva guarda 50% de cada uma, para ser justa!

Está tudo bem!

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

(falta de) VOCAÇÃO

Há uns dias, comentava uma amiga comigo como é que pessoas assim - com determinadas características muito facilmente reprováveis - querem seguir psicologia... Eu fiquei a pensar nisso!
Seja por modas, sonhos, médias, salário ou imitação, acabamos por escolher seguir cursos que nada têm a ver com o que somos ou ambicionamos ser. Para ser psicólogo não é necessário ser um anjo, mas é, com certeza, necessário ter bom-senso - e eu já conheci peudo-psicólogos quem têm um défice demasiado grande dele. Será que 5 anos de ensino superior são capazes de mudar o carácter de alguém?!

domingo, 8 de janeiro de 2012

A Minha Caneta

Entre os 10 e os 12 anos - foi a minha época de descobrir paixões - três objectos despertaram a minha atenção: o palco, a máquina fotográfica e a caneta (sim, porque eu sou defensora de que escrever é com tinta e não por meio de algum mecanismo que faz uma tecla digitar um rabisco formatado no monitor do computador).
O palco - o teatro - foi desaparecendo... Não o gosto, mas a "pouca-vergonha" de o materializar. A vontade está cá, bem como a indefinição do gostar de fazer ou gostar de ver... Tenho de descobrir!
A máquina fotográfica (desse tempo) também foi desaparecendo: agora está ali, na última gaveta do armário, dentro da sua característica malinha amarela, e já nem funciona, coitada! Foi substituída por uma muito maior, e melhor, e também eu vou ficando cada vez melhor em exteriorizar essa minha grande paixão, julgo eu.
A caneta... simplesmente deixei de a usar para mim: deixei de ter a minha caneta. A vontade obsessiva de querer ir estudar para Coimbra (e o consequente empenho para as avaliações), os (des)amores, as amizades e ruptura delas, os super-problemas (sem problema algum) que a adolescência nos proporciona, as redes sociais e afins fazia com que os textos que escrevia, quando escrevia, fossem por obrigação, para deveres escolares. E logo eu que sempre gostei tanto de juntar as letras, as palavras, de fazer livros e inventar histórias, de escrever, escrever, escrever,...

Hoje pensei: e porque não?
Agora que a (às vezes) maravilhosa Internet nos deixa publicar tudo e mais alguma coisa e que (quase) substitui os jornais e as editoras , porque é que eu não hei de dar alimento a este meu gosto?
Não pago nada por isso (o que hoje em dia, é raro: e a típica critica política baseada nas considerações do senso comum tinha de estar presente), não obrigo ninguém a ler, posso escrever para milhares de pessoas (se calhar são só centenas) ou para mim própria, quando eu quero, como eu quero, sobre o que eu quero: eu só encontro vantagens!

A amizade voltou, minha caneta!