quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

P e r c e b i

Hoje passei a tarde, cega com o barulho, no Terreiro do Paço.
Só no final do dia, quando caminhava sozinha é que percebi o quão diferente estou.
Recomecei o que já não fazia à muito: criar perspectivas,  registar cliques imaginários, fazer medições por intuição e desejar por tudo ter a minha máquina e o meu tripé - novo, que ainda nem baptizado com uma fotografia decente foi... - comigo!
Parei uns segundos para apreciar as luzes de Natal, a humidade de Dezembro e as pessoas descontraídas a passear pela baixa num final de tarde de quinta-feira: há muito tempo que não parava uns segundos para apreciar as coisas bonitas.
Percebi que ando a abdicar de uma das coisas que mais gosto de fazer - se não é mesmo a coisa que mais me apaixona!

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Há algo que te irrita... Há algo que me irrita... De mansinho, sem causar muito alarido e causando muito desconforto - Não te conseguir escrever!

Eu escrevo de tudo - muitas vezes de nada. Escrevo principalmente sobre o que me incomoda, o que ocupa o meu pensamento, o que não me deixa tranquila, o que me cansa,... o que me irrita! E percebi que só assim consigo falar de ti.

Tu não me irritas - só quando me fases cocegas ou quando chegas atrasado - mas irrita-me profundamente não conseguir escrever-te!

(Irrita-me!)

E sabes porque é que não te consigo escrever?

(Irrita-me!)

Porque o que tenho contigo é real!

Já foi apaixonado, louco, intenso - e nessa altura eu conseguia escrever-te!

Já foi descoberta, surpresas e fácil - e nessa altura eu ainda conseguia escrever-te!

Agora é um bocadinho de tudo isso, e muito de tudo mais!

Não te consigo escrever porque tu és real!

Não te consigo escrever porque não tenho nenhum desejo obsessivo de que sejas assim ou assado, que faças isso ou aquilo - e quando tenho, digo-te.

Porque tu és real!

Porque tu não deixas o meu pensamento à deriva, porque não me deixas ser criativa quanto ao que desejo para nós - desejo o que temos, sem tirar, nem por. Porque tem de ser assim, porque tu me fazes bem e se me fazes bem, é contigo que é o meu lugar!

Porque tu és real!

(Já não me irrita!)

(Já não te consigo escrever!)